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sábado, fevereiro 16, 2008

O progresso e o crescimento de Jaraguá do Sul, nao tem na natureza um elemento aliado

Foto dezembro 2007

Uma cidade cada vez menos verde

Sérgio Luís Pedrotti, filósofo- sergio.psicologia@gmail.com
A começar pelo plantio, a escolha de árvores para vias públicas, em Jaraguá do Sul é cada dia mais surpreende. A reportagem das páginas 4 e 5 do dia 5 de dezembro do AN Jaraguá, no mínimo, deve ter deixado pessoas se perguntando: onde foi que eu errei? Cidadão nascido nesta cidade, me perguntei.Pobres seres vegetais! Se não são as folhas que atrapalham a vida, são os galhos, que prejudicam a fiação elétrica (lembro que algumas cidades plantam árvores apenas no lado da rua que não possui postes), ou as raízes que prejudicam as calçadas (espécies de pequeno porte e sem grandes enraizamento seriam talvez necessárias).Uma gestão ambiental pública responsável e de longo prazo, poderia salvar as poucas árvores do espaço público que restam. Porque os cortes serão cada vez mais freqüentes. Por exemplo: sabe-se que o espaço na Rua Getúlio Vargas, desde o Mercado Público até onde antes funcionava a banca de revista, será todo “urbanizado”. Isso quer dizer, até onde se sabe, que todas as árvores serão cortadas, replantadas, deslocadas. Digo todas sim. E aquela passarela de sombra não existirá mais com a urbanização do espaço do assim chamado Centro Histórico. As desculpas são várias para retirar estas árvores do futuro espaço cultural e social.O que mais irrita, é a contínua comparação com Curitiba em questões ambientais. Já morei lá por três anos, e a gestão pública, destaco aí o transporte urbano e a arborização dos espaços públicos, incluindo praças e parque públicos, não têm comparação. Não vale a pena nem resguardar as devidas proporções. Fica até mal comparar.
Poderíamos sugerir apenas árvores de pequeno porte para as calçadas, como o flamboyanzinho, grevílea-anã e hibisco-da-china, ou alguma frutífera, que seriam cuidadas pela população, da mesma forma como cuidam dos canteiros públicos com flores e que surpreendem os turistas: com zelo. Acredito que o cidadão deve confiar que no futuro, espécies adequadas serão plantadas. Eu acredito.A purificação do ar, a melhoria do microclima da cidade, a influência no abrigo híbrido com o favorecimento da infiltração de água no solo, o abrigo à fauna, são alguns dos benefícios, além dos óbvios. Afinal, quem não gosta de uma sombra num escaldante dia de verão jaraguaense? Mas se até do tempo de manutenção das árvores se reclama, o melhor seria derrubar logo tudo. E de forma institucionalizada. Em lei. Árvores que dessem sombra, seriam podadas. Assim quem sabe, nos responsabilizaríamos.Talvez assim, às claras, não seriamos surpreendidos quando um dia acordarmos e, ao sairmos para o trabalho, não encontrarmos mais árvores. Nem nas ruas, nem nos morros (cada vez mais habitados). Talvez só neste dia compreendamos que o tempo é ingrato com aqueles que teimaram em pensar que o natural é destruir e ter, e que a grandeza de uma cidade vem apenas pelo seu desenvolvimento e trabalho, onde o verde não tem mais lugar.
Imagem de fevereiro de 2008
O que será que aconteceu com a árvore que estava defronte a casa que foi demolida, na Avenida Reinoldo Rau, Centro?

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