Cultura da cultura: espécie em extinção
CULTURA, segundo o dicionário Aurélio de Língua Portuguesa: “ato, efeito ou modo de cultivar. O complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e doutros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e características de uma sociedade; civilização”.
Em um momento em que tanto se fala nesse termo, abrangente e pouco conhecido na sua amplitude etimológica, me deparo com uma notícia catastrófica. No instante em que se formula (finalmente!) um Conselho de Cultura jaraguaense, ao folhear este diário, na edição de quarta-feira, meus olhos teimam em ler as frases que dão veredito de morte a um patrimônio material e espiritual da cidade.
É revoltante, quisá beira a comédia, saber da existência de indivíduos com o intuito de simplesmente desejar o desmoronamento de uma igreja que traz consigo a história e a CULTURA de um povo. Falo da construção erguida no Bairro Jaraguá 84 a partir do suor de descendentes de húngaros. Batizada de Santíssima Trindade, a igreja pode desaparecer do mapa.
Os motivos do prévio sepultamento de uma das últimas remanescentes da imigração daquelas pessoas neste Brasil varonil? À de se numerar uma lista imensa resumida em apenas dois tópicos: primeiro, a falta de cuidado e apresso para com as relíquias históricas do município. Segundo, a completa inexistência de uma mentalidade cultural na sociedade.
Fala-se tanto em fomentar o segmento cultural, mas, nada pode e será concretizado enquanto a própria comunidade não deixar de desviar os olhos daquilo que está à sua frente. Cultura não é somente a manifestação de artistas preocupados em passar o tempo, embelezar o mundo etc etc etc. É mais. É tudo aquilo que envolve, abriga, dá suporte e conta a trajetória do ser humano.
Destrói-se, pouco a pouco, cada resquício dessas histórias, dessas vidas, para depois, resgatar, reconstruir, reerguer, ressuscitar. Me pergunto, então: qual é a validade de tudo isso? Muito mais fácil não seria, portanto, cultivar?! Mas, para isso acontecer, quantidade inimaginável de linhas ainda deverão ser escritas, revoltas terão de ser firmadas, e, uma imensidão de patrimônios serão reduzidos ao pó.
Kelly Erdmann
Acadêmica de Jornalismo
CULTURA, segundo o dicionário Aurélio de Língua Portuguesa: “ato, efeito ou modo de cultivar. O complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e doutros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e características de uma sociedade; civilização”.
Em um momento em que tanto se fala nesse termo, abrangente e pouco conhecido na sua amplitude etimológica, me deparo com uma notícia catastrófica. No instante em que se formula (finalmente!) um Conselho de Cultura jaraguaense, ao folhear este diário, na edição de quarta-feira, meus olhos teimam em ler as frases que dão veredito de morte a um patrimônio material e espiritual da cidade.
É revoltante, quisá beira a comédia, saber da existência de indivíduos com o intuito de simplesmente desejar o desmoronamento de uma igreja que traz consigo a história e a CULTURA de um povo. Falo da construção erguida no Bairro Jaraguá 84 a partir do suor de descendentes de húngaros. Batizada de Santíssima Trindade, a igreja pode desaparecer do mapa.
Os motivos do prévio sepultamento de uma das últimas remanescentes da imigração daquelas pessoas neste Brasil varonil? À de se numerar uma lista imensa resumida em apenas dois tópicos: primeiro, a falta de cuidado e apresso para com as relíquias históricas do município. Segundo, a completa inexistência de uma mentalidade cultural na sociedade.
Fala-se tanto em fomentar o segmento cultural, mas, nada pode e será concretizado enquanto a própria comunidade não deixar de desviar os olhos daquilo que está à sua frente. Cultura não é somente a manifestação de artistas preocupados em passar o tempo, embelezar o mundo etc etc etc. É mais. É tudo aquilo que envolve, abriga, dá suporte e conta a trajetória do ser humano.
Destrói-se, pouco a pouco, cada resquício dessas histórias, dessas vidas, para depois, resgatar, reconstruir, reerguer, ressuscitar. Me pergunto, então: qual é a validade de tudo isso? Muito mais fácil não seria, portanto, cultivar?! Mas, para isso acontecer, quantidade inimaginável de linhas ainda deverão ser escritas, revoltas terão de ser firmadas, e, uma imensidão de patrimônios serão reduzidos ao pó.
Kelly Erdmann
Acadêmica de Jornalismo
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